O mineiro Kiko poderia ter outro nome se não tivesse sido adotado antes de conhecer sua genitora. Mas isso nos impediria de assistir a 33 [74 min., 2004], seu 'bio-documentário' voltado a clarear uma imagem de si mesmo desconhecida – o devir – apresentado na sessão de hoje do Tintin Cineclube. Marcado por uma estética do ‘filme negro’ [preto e branco em alto contraste, detetives e muitos cigarros], o realizador olha todo o tempo para o que faz, nesse sentido metalingüístico até a medula, enquanto vasculha a memória de sua família atrás de pistas ou apenas de desculpas para continuar filmando.
O longa dialoga todo o tempo com o público, arrancando inclusive risadas com as técnicas detetivescas nada sutis, enquanto olha com olhos esbugalhados para a cidade imensa; lugar de todos e ninguém: estamos dentro e fora todo o tempo. O resultado é o meio, ou seja, o filme vale pela experimentação e ousadia narrativas, voltadas à ruptura do documentário investigativo em prol da arte de contar. Para isso, basta um motivo.
O longa dialoga todo o tempo com o público, arrancando inclusive risadas com as técnicas detetivescas nada sutis, enquanto olha com olhos esbugalhados para a cidade imensa; lugar de todos e ninguém: estamos dentro e fora todo o tempo. O resultado é o meio, ou seja, o filme vale pela experimentação e ousadia narrativas, voltadas à ruptura do documentário investigativo em prol da arte de contar. Para isso, basta um motivo.
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