terça-feira, agosto 31

Castro Alves: taxonomia do feminino


Ao ler uma coletânea de poemas do poeta baiano Castro Alves (1847-1871) há alguns anos (mais uma da "Nossos Clássicos") impressionou-me a quantidade de nomes, adjetivos e substantivos elevados à categoria de qualidade, utilizados para descrever e caracterizar as mulheres - eternas musas dos poetas - na poesia romântica do "condoreiro".
Decidi então coletar os nomes e termos, afim de gerar uma possível taxonomia – um modelo classificatório sem começo nem fim, contudo – que pudesse contribuir pra exemplificar a visão do estado de espírito romântico no quartel final do século 19 no Brasil.
Para a blogueira Jessica Callou (22 anos). em um texto sobre as mulheres no romantismo, "podemos até dizer que ele responsável por uma revolução da forma de conceber e tratar a mulher romântica. Foi quem primeiro retirou a moça de seu altar de virgindade e perfeição, para jogá-la, literalmente, na cama".

Hebréia, pomba, lírio, estrela, ramo, mulher, anjo, linfa, luz, dama, negra, rosa, Eugênia, Nini, formosa, Maria, Julieta, Marion, Consuelo, Teresa, ela, feiticeira, estrela-d'alva, senhora, Adalgisa, libertina, casta-diva, Marieta, Bárbara, Ester, Fabíola, Cândida, Laura, Dulce, filha da noite, Lúcia, morena, esbelta, airosa, rainha, cortesã, artista, poetisa, meretriz, madona, italiana, moça, amante, ciumenta, vingativa, princesa, virgem, mimosa, flor, mucama, baunilha, mineira, linda, cabocla, baiana, altiva, doida, mãe, esposa, noiva, purérrima, fada, bela, amazona, fronte de mármore, Carlota, formosa, criatura.

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