quarta-feira, agosto 16

Camareira, a primeira ficção de ZB

Da idéia até a filmagem foram apenas três horas. Nascido dentro de um quarto de hotel em Santa Maria, RS, durante a 26ª Jornada Nacional de Cineclubes Brasileiros (julho de 2006), o curta-metragem digital Camareira (Zonda Bez, 5 min., 2006) reúne em uma mesma ‘micro-produção’, equipe de pelo menos três estados brasileiros e diferentes, porém confluentes, perspectivas para uma idéia se materializar em imagem e movimento, apenas com uma câmera fotográfica digital – reafirmando que a máxima glauberiana continua mais atual do que nunca em tempos pra lá de binários.
Afinal, o que uma camareira, em um dia de trabalho como outro qualquer, pode encontrar em um dos inúmeros quartos que arruma diariamente? Vivendo com olhos ‘cegos’ e ouvidos ‘surdos’ para o que acontece em um (quase sempre) indiscreto ambiente ocupado temporariamente; como uma moça dedicada ao trabalho pode desvelar traços de sua identidade, abafada pelas regras de conduta e sempre vigiada por olhos eletrônicos, quando tem a chance? São perguntas que surgiram, e ainda surgem, da concepção (ao lado de Bruno Cabús) à finalização (ao lado de Marcelo Coutinho) do curta para uma atriz só: Fabíola Trinca.
Camareira propõe uma trama organizada por um narrador irônico que tudo sabe e vê; sempre espreitando e ‘dialogando sem diálogos’ com a imagem e os sons – ruídos, vozes da mente e da TV – propõe o movimento constante para personagem e espectador. O vídeo estréia em João Pessoa no Tintin Cineclube [Cine-Teatro Lima Penante] dia 6 de setembro, às 19h30. Entrada franca.

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