luz no fim do túnel
neblina dispersa
amenidades da manhã.
sexta-feira, setembro 29
terça-feira, setembro 26
domingo, setembro 24
sexta-feira, setembro 22
quinta-feira, setembro 21
quarta-feira, setembro 20
segunda-feira, setembro 18
Tintin Cineclube: programação semanal |19h30
Cine-Teatro Lima Penante: Av. João Machado, 67 – Centro
20/09 | quarta | 19h30| MOSTRA ITAÚ CULTURAL
Me Erra, de Paola Leblanc [RJ, 72 min, doc, 2002]
“Me erra” é um jargão usado pelos boxeadores da Academia Nobre Arte, que funciona há 12 anos no Morro do Cantagalo, Rio de Janeiro, como uma iniciativa pioneira de boxe amador e trabalho comunitário. O documentário acompanha a rotina dos pugilistas nascidos e criados na favela, mostrando a importância do boxe em suas vidas e como o esporte transforma a realidade de uma comunidade. extra info>>> www.abdpb.org.br
quinta-feira, setembro 14
lineup>>mundo audiovisual
centro histórico Grátis
Condução>> ZB Tintin Cineclube
15 de setembro sexta-feira
16h Retrospectiva do vídeo musical PB
+Bônus: Lombra Decom: seleta novos realizados UFPBCondução>> ZB Tintin Cineclube
15 de setembro sexta-feira
16h Retrospectiva do vídeo musical PB
1715 Bate-papo Vídeo e música no mesmo balaio: e o futuro?
16 de setembro sábado
17h “Essa é a minha banda!”
Clips e vídeos das bandas convidadas do Festival Mundo
17h40 Bate-papo
A imagem das bandas independentes em tempos digitais.
Extra info>>> www.festivalmundo.com
Carta a Socorro Nobre
Cara senhora,
Ontem à noite tive a oportunidade de saber de si através do curta-metragem dirigido por Walter Salles em 1995 e que leva o seu nome no título. Eu, assim como as outras 20 pessoas que assistiram a sessão dedicada às mulheres na sessão 'Selecta' do Tintin Cineclube, aqui em João Pessoa, certamente ficamos bastante tocados pela sua história, sua sapiência e tranqüilidade mesmo, na época, vivendo situação tão difícil como a de estar privada da liberdade – nosso maior e talvez único bem. Claro que o drama que emana da sua vivência foi ampliado pelo trabalho do fotógrafo nascido aqui na cidade, Walter Carvalho [o homem da câmera, lembra?], que se utilizou do alto-contraste próprio das imagens em preto e branco e dos planos fechados, que nos aproxima das pessoas, das coisas, para assim criar uma identificação difícil de evitar: confesso sem vergonha, ter vertido algumas lágrimas para si... Também me tocou, assim como aconteceu consigo, a trajetória de Franz Krajcberg e sua relação com a natureza ‘natural’, transformada por ele em natureza ‘humana’ [arte]. Salles demonstrou, desde logo, ter ‘feeling’ [desculpe a expressão em inglês, mas não encontro agora outra melhor] para, a partir das dificuldades e misérias da nossa pequena vida humana, engendrar as relações entre pessoas tão distintas, mas tão próximas [teve a chance de ver o filme do alemão Wim Wenders, “Tão longe, tão perto”?]. Contudo, me pergunto porque se diz por aí que foi sua pessoa quem gerou a personagem Dora, tão bem interpretada por Fernanda Montenegro, no filme “Central do Brasil”. Talvez seja a relação com as cartas; talvez a história de luta incessante de uma mulher em busca da felicidade; ou quem sabe o encontro entre criaturas solitários no mundo de tantas vilanias e tristezas? Tudo isso serve, na verdade, para nos lembrar da força da vida e de quanto é bom estar correndo por aí, solto no mundo, mesmo sem saber direito onde se vai. Preciso ir agora. Obrigado, e que sua nobreza sirva para quem a procure. Atenciosamente.
quarta-feira, setembro 13
segunda-feira, setembro 11
Tintin e a mulher
entrada franca: Cine-Teatro Lima Penante
Av. João Machado, 67 – Centro
Sessões nas quartas 19h30
Sessão extra quinta 19h30
13/09 quarta 19h30 SELECTA
Apresentação João Carlos Beltrão fotógrafo de O cão sedento, Alma, entre outros.
Socorro Nobre, de Walter Salles [RJ, 23min, doc, 1995] A surpreendente correspondência entre o artista plástico Frans Krajcberg e a presidiária Socorro Nobre.
Uma flor na várzea, de Mislene Santos e Matheus Andrade [PB, 20min, doc, 2006] Em agosto de 1983, a líder do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, Margarida Maria Alves, foi assassinada na porta da sua casa com um tiro de espingarda calibre 12 no rosto. Sua ação sindical foi apontada como a principal causa de sua morte.
Sessão extra quinta 19h30
13/09 quarta 19h30 SELECTA
Apresentação João Carlos Beltrão fotógrafo de O cão sedento, Alma, entre outros.
Socorro Nobre, de Walter Salles [RJ, 23min, doc, 1995] A surpreendente correspondência entre o artista plástico Frans Krajcberg e a presidiária Socorro Nobre.
Uma flor na várzea, de Mislene Santos e Matheus Andrade [PB, 20min, doc, 2006] Em agosto de 1983, a líder do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, Margarida Maria Alves, foi assassinada na porta da sua casa com um tiro de espingarda calibre 12 no rosto. Sua ação sindical foi apontada como a principal causa de sua morte.
Desejo Citrullus, Ana Bárbara Ramos [PB, 1 min, doc, 2003] O que uma mulher grávida pode fazer em nome de um desejo?
14/09 quinta 19h30 CINE BR EM MOVIMENTO
Cidade Baixa, de Sérgio Machado [BR, 93min, fic, 2005]
Deco (Lázaro Ramos) e Naldinho (Wagner Moura) ganham a vida fazendo fretes e aplicando pequenos golpes a bordo de um barco que têm em parceria. Quando conhecem a stripper Karinna (Alice Braga), os dois amigos vão sendo tragados por uma espiral de ciúmes e pequenos rancores.
14/09 quinta 19h30 CINE BR EM MOVIMENTO
Cidade Baixa, de Sérgio Machado [BR, 93min, fic, 2005]
Deco (Lázaro Ramos) e Naldinho (Wagner Moura) ganham a vida fazendo fretes e aplicando pequenos golpes a bordo de um barco que têm em parceria. Quando conhecem a stripper Karinna (Alice Braga), os dois amigos vão sendo tragados por uma espiral de ciúmes e pequenos rancores.
domingo, setembro 10
sábado, setembro 9
sexta-feira, setembro 8
Flanando entre 'os novos' do Sesc
Na última terça-feira 5, o Sesc João Pessoa inaugurou o Salão de Novos Artistas Plásticos [Snap], premiando aqueles considerados de destaque pela comissão julgadora. Mas “cada cabeça uma sentença”. Entre as escolhas oficiais e a visão de quem, sem compromisso institucional, flana por entre pinturas, esculturas, objetos, desenhos e fotografias, o trabalho de alguns dos novos realmente se destaca.
Na pintura, Hector Molina apresenta naturezas-mortas hiper-realistas bem compostas e que, por isso mesmo, não deixam de parecer críticas sobre a prática figurativa. Ao seu lado, Erik Martinez toma cores fortes para criar um patchwork de formas orgânicas entrelaçadas pela natureza animal. Madriano Basílio também investe no vivo da cor e cria um primitivismo equilibrado em pequeno formato. Pié Farias ‘mergulha’ nos temas míticos das formas femininas e o mar: Dança com rosas guarda uma aura atrativa, uma força que quer manter viva a tradição do ícone divino. As esculturas/objetos de Cristina Carvalho trilham o branco ativo em contraponto ao vermelho de dores e rosas costurados pelas linhas dos textos também tecidos .
Na pintura, Hector Molina apresenta naturezas-mortas hiper-realistas bem compostas e que, por isso mesmo, não deixam de parecer críticas sobre a prática figurativa. Ao seu lado, Erik Martinez toma cores fortes para criar um patchwork de formas orgânicas entrelaçadas pela natureza animal. Madriano Basílio também investe no vivo da cor e cria um primitivismo equilibrado em pequeno formato. Pié Farias ‘mergulha’ nos temas míticos das formas femininas e o mar: Dança com rosas guarda uma aura atrativa, uma força que quer manter viva a tradição do ícone divino. As esculturas/objetos de Cristina Carvalho trilham o branco ativo em contraponto ao vermelho de dores e rosas costurados pelas linhas dos textos também tecidos .
O objeto-livro A dor pela dor é uma via-crucis do que se (des) faz devido à perfuração sangrenta dos desejos inconseqüentes; Eu me sufoco, tu te sufocas, nós nos sufocamos é o grito solitário do ser envolto na gaze do silêncio, desdobrando-se pelas paredes, mas sendo um mesmo grito só.
A fotografia apresenta composições variadas e traz promessas. Thiago Gualberto, por exemplo, (se) revela um homem-muro a partir da sobreposição de imagens, propondo a fragmentação da imagem e do sujeito; Helder Oliveira amplia a forma artística presente em aspectos da natureza microscópica. No desenho, José Nilton dos Santos interfere com nanquim na intimidade de imagens do nosso interior: pulmões radiografados são o lugar da dor e da alegria do ar que percorre. O salão - mesmo com alguns problemas na montagem - é nesse momento uma brisa refrescante para as artes visuais na capital. Até dia 15 em cartaz.
quinta-feira, setembro 7
quarta-feira, setembro 6
Jaguaribe Carne (nova no pedaço)
Experimentando os limites da música há 32 anos, o grupo guiado por Pedro Osmar e Paulo Ró alcança novo timbre com a entrada de Zé Guilherme [quem há de esquecer ‘o profeta’ da Cabruêra] e a saída ‘material’ de Ró do grupo. Digo isso porque no concerto de despedida e boas-vindas nesta semana no Teatro Santa Roza, a promessa foi que mesmo na Alemanha, o ‘irmão da carne’ possa virtualmente se fazer presente nas apresentações do grupo através da via digital que nos conduz cotidianamente.
Assistindo o acústico de sonoridades universais porque locais [Se queres ser universal, idolatra tua aldeia, Leon Tolstoi], renovado pelo presente que se sente e vê e não apenas que se idealiza nas imagens e palavras de nossa cultura, a pretensão tecnológica não parece grande demais para eles. Da percussão envolta pelo violão quase extensão do corpo a cantiga da velha que já não fia; do fio de cordas de um jovem violinista as notas expostas de um piano de cauda; da voz que valoriza dona Maria que mora na calçada paulistana e se apavora diante de vampiresco ladrão de casaca, Jaguaribe Carne expõe a máxima do passado sempre presente: ondas sobre ondas no mar sem começo nem fim.
Ecoa nos corpos a sonoridade dos humanos; a Carne continua seguindo a estrada que conduz à superação. A arte é criação e recriação, insurgente da matéria [cada vez mais] bruta da vida porque é ela assim mesma: vamos comê-la, bebê-la e cagá-la.
Assistindo o acústico de sonoridades universais porque locais [Se queres ser universal, idolatra tua aldeia, Leon Tolstoi], renovado pelo presente que se sente e vê e não apenas que se idealiza nas imagens e palavras de nossa cultura, a pretensão tecnológica não parece grande demais para eles. Da percussão envolta pelo violão quase extensão do corpo a cantiga da velha que já não fia; do fio de cordas de um jovem violinista as notas expostas de um piano de cauda; da voz que valoriza dona Maria que mora na calçada paulistana e se apavora diante de vampiresco ladrão de casaca, Jaguaribe Carne expõe a máxima do passado sempre presente: ondas sobre ondas no mar sem começo nem fim.
Ecoa nos corpos a sonoridade dos humanos; a Carne continua seguindo a estrada que conduz à superação. A arte é criação e recriação, insurgente da matéria [cada vez mais] bruta da vida porque é ela assim mesma: vamos comê-la, bebê-la e cagá-la.
Boaventura é Bonsucesso!!
Na conferência de abertura do III Seminário Internacional de Direitos Humanos, dia 4 aqui em João Pessoa, a grande ‘vedeta’ – usemos pois a expressão portuguesa – foi mesmo o professor Boaventura de Sousa Santos, figura distinta nas discussões sobre os caminhos da globalização e exímio analista das questões pós-coloniais nos países ao Sul do Welfare State. Sob o tema “os direitos humanos na zona de contato entre três globalizações”, o autor português propôs uma “renovação radical” no atual quadro de distanciamento entre a teoria e a prática nos direitos humanos e, por reverberação, na academia. “Vivemos um mundo de perguntas fortes e respostas fracas”, diz, salientando a discrepância entre os princípios e as práticas em relação aos diretos humanos, à lei, ao Estado.
Segundo ele, o modelo hegemônico das estruturas mundiais de hoje conduz a um “consenso forçado” por parte de uma sociedade em franco processo de instrumentalização, deixando o cidadão em estado de resignação, sem alternativas frente à globalização e seus modelos opressores. Na “zona de contato” intercultural de um multiculturalismo inescapável, misturam-se capitalismo neoliberal, movimentos anti-hegemônicos e uma “teologia política” que sustenta à emergência do fundamentalismo religioso, não apenas do Outro, mas também do Mesmo. Essa “teologia política” apresentaria a figura de um Deus “totalmente fiel”, projetando os sujeitos para além dos problemas histórico-sociais do presente. Mesmo se apoiando em um aparente “anti-materialismo”, o que a distanciaria do modelo neoliberal, essa vertente da globalização apostaria em um modelo único de pensar, não propondo um salto em relação as ideologias hegemônicas – o que acaba por afastá-la da vertente globalizante anti-hegemônica, guiada pelos movimentos sociais. Esse caminho, na verdade, substitui a “conversação pela conversão”; questionando relações entre sagrado e profano; imanência e permanência; público e privado, ambivalências essas que, pela instabilidade, venham a garantir mais força ao projeto político empreendido.
Santos põe em cheque o que é hoje internacionalmente aceite como direitos humanos, pois muitas violações consideradas graves, que causam sofrimento humano, não estão contempladas sob a perspectiva desses mesmos direitos. O que acaba por transformar a ‘bandeira’ (a força de uma idéia) em ‘máscara’ (idéia que se esconde sob a força): o verbo afugenta a visão da realidade; o conceito é proporcionalmente funcional ao interesse de quem o manipula. Com tantas fragilidades latentes nos modelos em pleno desequilíbrio, Boaventura Santos acredita que a democracia ainda é um ideal e toma Rousseau como exemplo: a democracia só acontecerá quando ninguém for tão rico que queira comprar o outro, nem ninguém tão pobre que precise se vender. Serve-nos bem o modelo...
Segundo ele, o modelo hegemônico das estruturas mundiais de hoje conduz a um “consenso forçado” por parte de uma sociedade em franco processo de instrumentalização, deixando o cidadão em estado de resignação, sem alternativas frente à globalização e seus modelos opressores. Na “zona de contato” intercultural de um multiculturalismo inescapável, misturam-se capitalismo neoliberal, movimentos anti-hegemônicos e uma “teologia política” que sustenta à emergência do fundamentalismo religioso, não apenas do Outro, mas também do Mesmo. Essa “teologia política” apresentaria a figura de um Deus “totalmente fiel”, projetando os sujeitos para além dos problemas histórico-sociais do presente. Mesmo se apoiando em um aparente “anti-materialismo”, o que a distanciaria do modelo neoliberal, essa vertente da globalização apostaria em um modelo único de pensar, não propondo um salto em relação as ideologias hegemônicas – o que acaba por afastá-la da vertente globalizante anti-hegemônica, guiada pelos movimentos sociais. Esse caminho, na verdade, substitui a “conversação pela conversão”; questionando relações entre sagrado e profano; imanência e permanência; público e privado, ambivalências essas que, pela instabilidade, venham a garantir mais força ao projeto político empreendido.
Santos põe em cheque o que é hoje internacionalmente aceite como direitos humanos, pois muitas violações consideradas graves, que causam sofrimento humano, não estão contempladas sob a perspectiva desses mesmos direitos. O que acaba por transformar a ‘bandeira’ (a força de uma idéia) em ‘máscara’ (idéia que se esconde sob a força): o verbo afugenta a visão da realidade; o conceito é proporcionalmente funcional ao interesse de quem o manipula. Com tantas fragilidades latentes nos modelos em pleno desequilíbrio, Boaventura Santos acredita que a democracia ainda é um ideal e toma Rousseau como exemplo: a democracia só acontecerá quando ninguém for tão rico que queira comprar o outro, nem ninguém tão pobre que precise se vender. Serve-nos bem o modelo...
sexta-feira, setembro 1
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