[Parte II de II]
Ano passado, surgiu um festival do vídeo universitário na capital, chamado Aruanda em homenagem ao influente documentário de Linduarte Noronha. Contudo, ainda é semente precisando de água (incentivos) e de quem o cuide em função exclusiva (fazer festival dá trabalho), para assim dar frutos constantes, não apenas ocasionais. A mostra de cinema e vídeo que acontece a cada ano durante o Festival Nacional de Artes (Fenart) pode ser considerada uma ação já enraizada na difusão audiovisual no Estado, mas sua dimensão acaba sendo diminuta em meio à maratona de shows, lançamentos de livros, peças de teatro, concertos que acontecem em 10 dias “sem tirar de dentro”: não há tempo para tudo!
Qualquer bom cinéfilo, mesmo não sendo empresário, percebe as possibilidades de geração de lucro e influência no panorama nacional com a criação de um festival voltado à imagem em movimento em João Pessoa – pode ser em Campina Grande também, não é uma questão de bairrismo! Se não gerasse algum tipo de benefício aos patrocinadores, especialmente às estatais nacionais, estariam tantos governos estaduais e municipais apostando nos festivais?Mas não se trata apenas de dinheiro: o resgate da história do cinema paraibano, e sua trajetória que caminha para seu primeiro século – as primeiras imagens de Walfredo Rodriguez datam de 1917, conta a história – é um ponto de extrema importância na fortificação de uma identidade, ou várias, latente(s) na cultura paraibana. E não há dinheiro que compre para um povo uma auto-estima!
Quantos paraibanos sabem que filmes e vídeos curtos produzidos aqui a cada ano, com as dificuldades de produção sempre inerentes, são aplaudidos e (muito) premiados em todos estes festivais que acontecem pelo Brasil, menos aqui? Ficamos sabendo pela imprensa e, tantas vezes, nem vimos os filmes, mesmo com o constante interesse de realizadores e produtores em exibir suas produções na capital. Mas o mercado reflete o desconhecimento da população e nesse vai e vem, ficamos com os pequenos projetos de difusão e seu trabalho de formiguinha em prol do audiovisual local – para já cito a Associação Brasileira de Documentaristas – Seção Paraíba (ABD-PB) com o Tintin por Tintin Cineclube, e a Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) com o projeto Cine Volante nos bairros pessoenses.
Por mais criticada que seja atualmente a condição dos festivais de audiovisual, eles são espaços vitais para que os aplausos que alimentam realizadores e suas idéias não morram asfixiados em algum aparelho de DVD: vamos pensar alto e ver grande na tela.
[publicado originalmente em A União 18.5.06]
Ano passado, surgiu um festival do vídeo universitário na capital, chamado Aruanda em homenagem ao influente documentário de Linduarte Noronha. Contudo, ainda é semente precisando de água (incentivos) e de quem o cuide em função exclusiva (fazer festival dá trabalho), para assim dar frutos constantes, não apenas ocasionais. A mostra de cinema e vídeo que acontece a cada ano durante o Festival Nacional de Artes (Fenart) pode ser considerada uma ação já enraizada na difusão audiovisual no Estado, mas sua dimensão acaba sendo diminuta em meio à maratona de shows, lançamentos de livros, peças de teatro, concertos que acontecem em 10 dias “sem tirar de dentro”: não há tempo para tudo!
Qualquer bom cinéfilo, mesmo não sendo empresário, percebe as possibilidades de geração de lucro e influência no panorama nacional com a criação de um festival voltado à imagem em movimento em João Pessoa – pode ser em Campina Grande também, não é uma questão de bairrismo! Se não gerasse algum tipo de benefício aos patrocinadores, especialmente às estatais nacionais, estariam tantos governos estaduais e municipais apostando nos festivais?Mas não se trata apenas de dinheiro: o resgate da história do cinema paraibano, e sua trajetória que caminha para seu primeiro século – as primeiras imagens de Walfredo Rodriguez datam de 1917, conta a história – é um ponto de extrema importância na fortificação de uma identidade, ou várias, latente(s) na cultura paraibana. E não há dinheiro que compre para um povo uma auto-estima!
Quantos paraibanos sabem que filmes e vídeos curtos produzidos aqui a cada ano, com as dificuldades de produção sempre inerentes, são aplaudidos e (muito) premiados em todos estes festivais que acontecem pelo Brasil, menos aqui? Ficamos sabendo pela imprensa e, tantas vezes, nem vimos os filmes, mesmo com o constante interesse de realizadores e produtores em exibir suas produções na capital. Mas o mercado reflete o desconhecimento da população e nesse vai e vem, ficamos com os pequenos projetos de difusão e seu trabalho de formiguinha em prol do audiovisual local – para já cito a Associação Brasileira de Documentaristas – Seção Paraíba (ABD-PB) com o Tintin por Tintin Cineclube, e a Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) com o projeto Cine Volante nos bairros pessoenses.
Por mais criticada que seja atualmente a condição dos festivais de audiovisual, eles são espaços vitais para que os aplausos que alimentam realizadores e suas idéias não morram asfixiados em algum aparelho de DVD: vamos pensar alto e ver grande na tela.
[publicado originalmente em A União 18.5.06]
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