Ela mergulha, imerge numa confluência de cores secas e abstratas, doces. Ela se embriaga de vida, de amor. Ela se permite beber das próprias fantasias. E então ela surpreendentemente descobre: estou viva. Um vento abraça meu corpo com afago, a flauta soava no ritmo do bater de asa e a harmonia desse som com os da cigarra lá de baixo faziam ritmar até os troncos das árvores. A leveza de ser livre, de ser... apenas ser. Descobrindo o que poderia significar o que era estar sendo como Clarice havia me dito naquela manhã. Estou sendo...estou sendo...estou sendo... E indo muito além da idéia de fim. Eu apenas estou sendo. Ser é estar. A frase quase sem nexo; reflexo de uma situação. O presente se faz nas asas dos que voam; do vento através do dia, do inspirar sentido a cada nova entrada de ar. Escrever fazendo uso do raciocínio – "nunca tão pesadamente delicado", ouvi - mas estar "fora da frase", como Barthes. Cuspo fragmentos. Não há dúvida de que. Sentindo o gosto da bola, só pode ser agora.
De quatro mãos adormecidas pelo ser, pelo que é. Mon, 19 Jun 2006
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