Ano passado, o artista visual e diretor da Galeria Archidy Picado, Fabiano Gonper, criou o projeto Laboratório, espaço para a experimentação de jovens artistas a partir da vivência e produção no espaço único do ‘cubo branco’. A exposição aconteceu, esteve Zonda Bez entre os quatro arteiros à época, mas os pioneiros acabam mais por olear as dobradiças para que a porta se abra sem ruídos, do que fazendo uso pleno do novo criado. Mas a idéia mostrou-se produtiva e sob a orientação de FabbioQ., curador independente e um dos que mostrou a cara na exposição do ano passado, o projeto 2006 trouxe uma lufada definitiva de ar ao subsolo do Espaço Cultural, com a apresentação de artistas que chegam de fora do rol estabelecido ao longo de décadas de galerismo local.
O mais jovem dos artistas, Thiago Verde, transpôs para a galeria todo um jorro criativo, um tanto assustador até [vide Autópsia de bebês], mas pra lá dessa compreensão ‘racional’, tudo vem do que parece dominar o seu cotidiano: desenhos, frases soltas, borrões e riscos; fragmentação e síntese; um “tudo ao mesmo tempo agora” que nos leva a um lugar outro – ou nenhum: certamente não é aqui!
O designer Joalisson, que teve seu desenho erótico misteriosamente censurados nas paredes da Picado, tirou proveito disso e realizou um protesto contra o não poder dizer – também acredito que a arte não deve se submeter a moral burguesa – ao mesmo tempo em que questiona os suportes tradicionais, ao expor apenas molduras. Essa perspectiva também dá bases ao trabalho do paulistano Marcelo Brandão – recém integrado ao cenário artístico local – cuja pintura marcadamente geométrica se sobrepõe em camadas variadas, saindo da tela e preenchendo a parede, propondo uma tridimensionalidade dentro de uma desordem ordenada. Já o fotógrafo Roncally Dantas humaniza a natureza ou encontra lá em suas formas o modelo do que somos, através de imagens em branco e preto.
Dois estudantes do curso de artes da UFPB finalizam as escolhas do Lab 2006: Adriano Barreto literalmente fragmenta em pedaços sua obra de vidro e transparências, revelando o mínimo que persiste sobre o branco; a marca do sujeito cujas mãos criam e pisam várias naturezas, reconstruídas por quem vê. Cristina Carvalho, vista recentemente na individual Tecelã, apresentou uma peça da memória, do baú dos desejos bordado às avessas: um vestido de noiva ornamentando, em sua secritude, por cartas de amor. Quem viu a exposição certamente repensou concepções de arte no espaço consagrado e institucional da galeria: um lugar de todos, mesmo que seja só para os escolhidos - foram mais de 650 os escolhidos que assinaram o livro de visitas...
O mais jovem dos artistas, Thiago Verde, transpôs para a galeria todo um jorro criativo, um tanto assustador até [vide Autópsia de bebês], mas pra lá dessa compreensão ‘racional’, tudo vem do que parece dominar o seu cotidiano: desenhos, frases soltas, borrões e riscos; fragmentação e síntese; um “tudo ao mesmo tempo agora” que nos leva a um lugar outro – ou nenhum: certamente não é aqui!
O designer Joalisson, que teve seu desenho erótico misteriosamente censurados nas paredes da Picado, tirou proveito disso e realizou um protesto contra o não poder dizer – também acredito que a arte não deve se submeter a moral burguesa – ao mesmo tempo em que questiona os suportes tradicionais, ao expor apenas molduras. Essa perspectiva também dá bases ao trabalho do paulistano Marcelo Brandão – recém integrado ao cenário artístico local – cuja pintura marcadamente geométrica se sobrepõe em camadas variadas, saindo da tela e preenchendo a parede, propondo uma tridimensionalidade dentro de uma desordem ordenada. Já o fotógrafo Roncally Dantas humaniza a natureza ou encontra lá em suas formas o modelo do que somos, através de imagens em branco e preto.
Dois estudantes do curso de artes da UFPB finalizam as escolhas do Lab 2006: Adriano Barreto literalmente fragmenta em pedaços sua obra de vidro e transparências, revelando o mínimo que persiste sobre o branco; a marca do sujeito cujas mãos criam e pisam várias naturezas, reconstruídas por quem vê. Cristina Carvalho, vista recentemente na individual Tecelã, apresentou uma peça da memória, do baú dos desejos bordado às avessas: um vestido de noiva ornamentando, em sua secritude, por cartas de amor. Quem viu a exposição certamente repensou concepções de arte no espaço consagrado e institucional da galeria: um lugar de todos, mesmo que seja só para os escolhidos - foram mais de 650 os escolhidos que assinaram o livro de visitas...
Um comentário:
Muito boa a ideia!!!!!!!!!!!!
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